DEUS É FIEL

terça-feira, 15 de abril de 2014

Jesus demorou demais?

A situação era grave. Maria e Marta sabiam que somente Jesus poderia fazer algo por Lázaro e salvá-lo de sua doença. Assim, “Mandaram, pois, as irmãs de Lázaro dizer a Jesus: Senhor, está enfermo aquele a quem amas.” (Jo 11. 3)

Surpreendentemente, Jesus quando “soube que Lázaro estava doente, ainda se demorou dois dias no lugar onde estava.” (Jo 11. 6)
Jesus ficou inerte, não fez nada, e, “chegando, encontrou Lázaro já sepultado, havia quatro dias.” (Jo 11. 17)
A primeira reação de Marta, irmã de Lázaro, ao encontrar Jesus, foi a de dizer a ele “Senhor, se estiveras aqui, não teria morrido meu irmão.” (Jo 11. 21) Ou seja:  Jesus, o Senhor demorou demais, chegou muito tarde!
Às vezes não conseguimos enxergar e confiar no Deus que cremos. Achamos que Deus está demorando em resolver situações, achamos que Deus está cego, ou surdo, ou achamos que Deus perdeu o controle da situação. Duvidamos Dele e de Seu poder!
Jesus não demorou! Ele foi até Lázaro no momento certo e provou que o tempo de Deus é o tempo correto e não o nosso. Ainda que a situação [parecesse] demonstrar que Jesus demorou, pois Lázaro já estava sepultado e em estado de decomposição, vemos que Jesus chegou na hora determinada por Deus para cumprir Seus propósitos:
“E, tendo dito isto, clamou em alta voz: Lázaro, vem para fora! Saiu aquele que estivera morto, tendo os pés e as mãos ligados com ataduras e o rosto envolto num lenço. Então, lhes ordenou Jesus: Desatai-o e deixai-o ir.” (Jo 11. 43-44)

Deus nunca demora, Deus nunca está atrasado ou perdido. O tempo de Deus agir nem sempre é o tempo que avaliamos ser o correto. O que podemos ter certeza é que Ele age no melhor dos momentos para nos abençoar. emais!

Deus também fecha portas

Gostamos de portas abertas. Quem não gosta? A porta fechada nos desespera, nos dá insegurança, medo e às vezes revolta. Em nossas orações costumamos pedir a Deus que abra portas para nós e não que as feche.
Muitos acreditam que Deus não fecha portas, que Ele somente as abre. Alguns até creditam ao diabo a culpa pelas portas que se fecham em suas vidas, como se ele fosse o responsável por fechar portas enquanto Deus seria o responsável por abrir portas.
Mas é certo que Deus fecha e mantém fechadas muitas portas em nossas vidas. Aliás, Deus fecha e abre portas segundo a Sua santa vontade.        
Deus fechou a porta diante do apóstolo Paulo, quando este pediu que Ele lhe tirasse o espinho da carne. Deus fechou a porta a Moisés, quando não permitiu que ele entrasse na terra prometida. Deus fechou a porta de uma geração inteira, que morreu no deserto, antes de ver a Terra Prometida. Deus fechou e fecha portas… Sim, Deus fechou portas a muitos de seus servos mais fieis!
Deus permanece hoje fechando portas e as portas que Deus fecha devem permanecer fechadas.
Deus fechou uma porta perante Jonas. A porta de seu preconceito contra os ninivitas. Jonas foi lá e quis arrombar a porta que Deus fechou. Resultado? Não conseguiu, pois essa porta deveria permanecer fechada. O profeta foi engolido por um peixe e levado para longe da porta que Deus havia fechado. Por outro lado Deus havia aberto uma porta e era por ela que Jonas deveria entrar.
Agimos muitas vezes como Jonas. Não seria melhor deixar a porta fechada e encontrar aquela que Deus tem mantido aberta ou abriu para nós? Mas somos teimosos…
Não creio que “determinar” a Deus a abertura de portas, como é feito por muitos, seja algo correto, até porque Deus não pode ser manipulado pelas nossas ordens.
Precisamos pedir a Deus que mantenha fechadas as portas que devem ficar fechadas, mesmo que isto custe a nós algum sofrimento, pois, afinal, Deus é quem sabe quais são as portas que devem estar abertas e aquelas que devem permanecer fechadas. Confiamos ou não em Deus?
“Atenta para as obras de Deus, pois quem poderá endireitar o que ele torceu?” (Eclesiastes 7. 13)
No final das contas, a vontade de Deus é a porta aberta, o resto é parede!

domingo, 13 de abril de 2014

Você tem medo de quê?

“O SENHOR é a minha luz e a minha salvação; de quem terei medo? O SENHOR é a fortaleza da minha vida; a quem temerei?” (Salmos 27.1)
O dicionário online Priberan define medo como sendo um “Estado emocional resultante da consciência de perigo ou de ameaça, reais, hipotéticos ou imaginários. Ausência de coragem. Preocupação com determinado fato ou com determinada possibilidade.”
Não podemos negar que o medo traz alguns benefícios para nossa vida. Sem ele seríamos tão ousados que faríamos e atrairíamos muitos males para nossa vida e para a dos outros. Por exemplo, sem o medo de se queimar, certamente colocaríamos ousadamente a mão no fogo e sairíamos queimados. Esse medo “controlado” e positivo faz bem ao ser humano.
Porém, existe um tipo de medo que não faz bem. É o medo descontrolado, que aumenta negativamente o temor que temos das coisas e pessoas e que nos faz perder a coragem, perder a ousadia, perder o senso de responsabilidade perante as coisas. Esse medo paralisante e descontrolado faz muito mal ao ser humano. Esse medo vem quando olhamos para as situações e as tememos mais do que elas merecem ou requerem que as temamos. Em casos mais graves a pessoa fica até doente e precisa de tratamento por causa das populares fobias.
Mas o que a Bíblia diz sobre o medo? Vemos que os personagens bíblicos não eram livres de sentirem medos, nem mesmo aqueles que foram vistos como heróis da fé. Por exemplo, em 1 Samuel 21.12 diz a respeito do medo que Davi teve de Aquis: “Davi guardou estas palavras, considerando-as consigo mesmo, e teve muito medo de Aquis, rei de Gate.”
Porém, vejo que muitos dos personagens bíblicos nos ensinaram como vencer o medo. Davi, por exemplo, em momentos de grande perseguição e risco de vida que viveu, declarou: “O SENHOR é a minha luz e a minha salvação; de quem terei medo? O SENHOR é a fortaleza da minha vida; a quem temerei?” (Salmos 27.1). Davi parece ter conseguido cultivar o medo saudável, que fazia com que fosse criterioso e cuidadoso, mas também aprendeu a rejeitar o medo prejudicial com base na confiança e fé em Deus, seu protetor, sua fortaleza. Esse “segredo” de Davi indica que podemos vencer o medo quando o colocamos perante o Senhor.
Em outro lugar, também em um momento de perseguição e terreno fértil para o medo, Davi disse:“Bendito seja o SENHOR, rocha minha, que me adestra as mãos para a batalha e os dedos, para a guerra; minha misericórdia e fortaleza minha, meu alto refúgio e meu libertador, meu escudo, aquele em quem confio e quem me submete o meu povo.” (Salmos 144.1-2). Davi novamente enfrenta seus medos expondo quão forte e grande era seu Deus. E foi além: atribuía a sua força de resistência nas batalhas ao treinamento que Deus lhe dava. Note a expressão “me adestra as mãos para a batalha e os dedos, para a guerra”. Deus o ajudava a lidar com os medos que tinha.
Com isso concluo que podemos sim ter medo, o medo saudável, é claro, e que não devemos permitir que outros medos venham a prejudicar nossa vida. Podemos resistir a eles nos colocando perante o Senhor, confiando Nele e sendo “treinados” por Ele para as batalhas do dia a dia.

O que é que você tem nas mãos?

“Perguntou-lhe o SENHOR: Que é isso que tens na mão? Respondeu-lhe: Um bordão.” (Êxodo 4.2)
Em muitos momentos olhamos para nós mesmos e achamos que não somos capazes de fazer nada de bom e produtivo. Olhamos para nós mesmos como se olhássemos de cima para baixo, com menosprezo, achando que não temos nada a oferecer, que somos incapazes, que não iremos vencer, que não temos a mínima chance de realizar nada proveitoso, que somos um total fracasso…
Foi assim que Moisés olhou para si mesmo quando teve um encontro com Deus e o Senhor o designou para ser o libertador do povo de Israel, que vivia na escravidão no Egito. Moisés olhou para si mesmo com menosprezo e respondeu a Deus: “Quem sou eu para ir a Faraó e tirar do Egito os filhos de Israel?” (Êxodo 3.11). Deus argumenta, mas Moisés parece irredutível em rejeitar a missão de Deus com base nos defeitos e na falta de credibilidade que via em si mesmo. Sua “moral” estava baixa:“Mas eis que não crerão, nem acudirão à minha voz, pois dirão: O SENHOR não te apareceu.” (Êxodo 3.11).
Porém, Deus, não desistiu. Ele faz uma pergunta chave a Moisés: “Que é isso que tens na mão?” (Êxodo 4.2). Talvez Moisés não tenha entendido muito bem essa pergunta do Senhor, mas ela é muito profunda. Deus sabia o que Moisés tinha na mão, era um simples cajado, ou bordão, como alguns chamam. O que daria para fazer com um simples cajado? Certamente seria muito pouco para a realização de qualquer obra! Era um objeto para trabalhos simples e não para grandes missões.
Mas Deus usou aquele cajado de Moisés para mostrar a ele que ele deveria servir ao Senhor com aquilo que tinha em mãos. Foi com esse cajado que Moisés fez grandes sinais diante de Faraó. Foi com ele que Moisés evocou várias das pragas sobre o Egito. Foi com esse cajado que Moisés abriu as águas do Mar Vermelho. Sim, um simples cajado foi um grande símbolo de que podemos servir a Deus com aquilo que temos em mãos. Deus transforma aquilo que temos para oferecer, ainda que achemos pouco, naquilo que Ele necessita para a realização de Sua obra.
Qual a sua desculpa para não servir a Deus? Acha que não tem nada a oferecer, se acha muito pequeno, desacreditado, sem grandes talentos? Acha que não serve para nada, que é muito pobre, muito pequeno, muito frágil? Não quer se envolver na obra de Deus por causa dessa visão que tem de si mesmo, achando que não se encaixa em lugar algum?
Certamente, como Moisés, você, no mínimo, tem um “bordão” em sua mão que pode ser grandemente usado por Deus. Ofereça a Deus aquilo que tem em mãos, pois Deus é capaz de transformar aquilo que achamos pequeno em grandiosas obras para honra e glória do nome Dele.
Deus pergunta hoje a cada um de nós: Que é isso que tens na mão?

Ver os problemas você verá, sofrer por causa deles é opção sua!

“Quando saíres à peleja contra os teus inimigos e vires cavalos, e carros, e povo maior em número do que tu, não os temerás; pois o SENHOR, teu Deus, que te fez sair da terra do Egito, está contigo.” (Deuteronômio 20.1)
O povo israelita estava prestes a entrar na terra prometida por Deus. Deus os sustentou no duro e árido deserto durante longos 40 anos. Imagino a ansiedade dos corações deles para entrar logo na terra prometida e ter cada um o seu pedaço de chão onde desenvolver uma vida mais próspera do que a dura vida do deserto. Afinal, Deus prometeu a eles uma terra que “mana leite e mel” (Deuteronômio 6.3).

Mas nem tudo eram flores!
Deus, de antemão, os avisa que haveria guerra, que haveria batalhas, já que a terra estava nas mãos de outros povos, que deveriam sair dali, mas, certamente, não sairiam por livre e espontânea vontade.
Logo quando entrarem na terra prometida, Deus garante a eles que veriam cavalos, carros e vários povos em muito maior quantidade do que eles aguardando para acabar com eles, pois eram uma ameaça.
Talvez para muitos um motivo para ficarem ansiosos, tristes, depressivos, apreensivos, negativistas… a visão que iriam ter não seria nada animadora. Tinha todo potencial para trazer sofrimento!
Talvez muitos de nós tenhamos visões como essas no nosso dia a dia. Parece que tudo está jogando contra. Sofremos muito por causa disso! Sofremos pelo que estamos vendo!
Deus, porém, diz como o povo deveria encarar o que estavam vendo: “…não os temerás; pois o SENHOR, teu Deus, que te fez sair da terra do Egito, está contigo.” (Deuteronômio 20.1).
Deus os chama a uma atitude de fé. Vejam o tamanho do problema, mas não sofram por causa ele, pois Eu estou com vocês! Essa é a palavra do Senhor Deus àquele povo! Uma chamada à fé!
Talvez você esteja vendo grandes problemas em sua vida. E a visão deles talvez esteja trazendo o temor, a amargura, o desespero, a ansiedade ao seu peito. O Senhor te chama a ver os problemas, mas não sofrer por eles. A decisão é sua! Os problemas estão ai, porém, o sofrer por causa deles é uma opção sua.

Pensemos juntos: Se o sofrimento é uma opção, por que tenho feito essa opção ruim em minha vida? Por que não optar por não temer os problemas, confiar no cuidado de Deus e ser vitorioso?

Você já reclamou hoje?

A nossa natureza humana nos ensina a reclamar de tudo. Já nascemos chorando, não é verdade? A nossa sociedade também tem a sua contribuição nisso tudo, afinal, olhe ao seu redor, veja se tem alguém reclamando. Provavelmente vai achar muitos. Agora veja se tem alguém agradecendo. Provavelmente vai achar poucos.
E você, já reclamou de alguma coisa hoje? Parece que a reclamação nos dá uma satisfação interior, um escape para aquilo que estamos sentindo. Se não reclamarmos de alguma coisa ou de alguém, parece que vamos explodir.

Reclamar, em tese, não é pecado. Inclusive, muitas coisas só funcionam nesse nosso mundo quando reclamamos. E nós também muitas vezes só nos movimentamos ouvindo as reclamações de outros contra nós. Se o bebê não chorasse de fome, muitos pais não iriam lembrar que têm de dar de comer a ele. Esse é o nosso mundo.
O problema é quando a reclamação venda nossos olhos para as bênçãos que Deus opera em nós e por nós diariamente. Viramos mal agradecidos que reclamam de tudo e por isso viramos também injustos. Tornamos-nos murmuradores e ingratos.  Ai sim, estamos pecando.
Foi o problema de Israel no deserto. Havia muitos motivos para insatisfação, ninguém nega isso, mas havia também motivos ainda maiores para confiar em Deus e dar graças por tudo que já tinha feito, que estava fazendo e que prometeu fazer. O deserto estava difícil, ninguém dúvida, mas Deus providenciou água, comida, abriu um mar para salvar o povo… por tudo isso, a ingratidão é um pecado que Deus não aceita.
Não foi à toa que a paciência (grandiosa) de Deus se esgotou diante de um povo que se guiava apenas pelas reclamações e nunca pela gratidão: “Nenhum dos homens que, tendo visto a minha glória e os prodígios que fiz no Egito e no deserto, todavia, me puseram à prova já dez vezes e não obedeceram à minha voz, nenhum deles verá a terra que, com juramento, prometi a seus pais, sim, nenhum daqueles que me desprezaram a verá.” (Nm 14. 22-23)
O desafio que Deus nos dá diariamente é: “Em tudo, dai graças, porque esta é a vontade de Deus em Cristo Jesus para convosco. (1 Tessalonisenses 5.18)
Isso não significa tapar os nossos olhos para as intempéries da vida, ser um alienado, ficar calado perante tudo, mas é olhar para tudo que acontece e reconhecer que existe um “para quê”. Deus está no controle, não é à toa que Ele é chamado de Soberano. Deus não está sendo surpreendido pelos acontecimentos. Ele cuida de nós, nos ama, nos fortalece…
Que a gratidão tome o lugar da reclamação sem fundamentos e injusta! Que a pergunta seja outra e a resposta também: Você já agradeceu hoje?

Você está infeliz com a sua aparência?

Um homem muito desanimado com a vida por causa da aparência que tinha entrou em uma Igreja e, sozinho, desabafou em alta voz com Deus:
- Senhor, aqui estou eu só. Vim aqui à igreja porque aqui não tem espelhos pra que eu veja minha própria miséria! Nunca me senti satisfeito com a minha aparência. Por que o Senhor me criou assim?! Antes não tivesse nascido!
Enquanto ainda derramava sua indignação perante Deus, subitamente uma folha de papel caiu aos seus pés, vinha do alto do templo. Atônito, ele a apanhou e começou a ler a mensagem que estava escrita ali:
A feiura é invenção dos homens e não minha. Não importa se os braços são longos ou curtos. Sua função é o desempenho do trabalho honesto.
Não importa se as mãos são delicadas ou grosseiras. Sua função é dar e receber bem.
Não importa a aparência dos pés. Sua função é tomar o rumo do amor e da humildade.
Não importa se a cabeça tem ou não cabelo, mas sim os pensamentos que passam por ela.
Não importa a cor dos olhos. O que importa é que eles vejam o valor da vida.
Não importa se a boca é graciosa ou sem atrativo. O que importa são as palavras que saem dela.
Atônito, o homem foi saindo da igreja, e na porta de vidro viu o seu reflexo. Bem no meio de seu reflexo estava escrito:
“Veja com bons olhos seu reflexo neste vidro e lembre-se de que em tudo que existe escrito sobre Mim não há uma única linha dizendo que sou bonito” (Jesus Cristo)

“Bem-aventurados os pacificadores, porque serão chamados filhos de Deus.” (Mt 5. 9).




Vivemos em um contexto de guerra e não de paz. As notícias mais proclamadas em nossos jornais são as que remetem a atos de violência, de total falta de paz. É isso que vemos realmente nas ruas. Uma olhada no trânsito, na política, nos relacionamentos de nossa sociedade nos fará ver que as pessoas estão cada vez mais propensas à falta de paz e não à paz. Todos os recordes de falta de paz têm sido batidos ano após ano em uma escalada crescente de violências de todos os tipos. Esse é o contexto em que vivemos.
E a igreja? Infelizmente muitas vezes a falta de paz também adentra e atinge as relações dos servos de Deus entre si. Contendas, fofocas, discórdias, facções, gritarias, críticas destrutivas, ofensas, calúnias, partidarismos, egoísmos, etc. Todas essas coisas penetram em meio à igreja e destroem a sua paz pouco a pouco. O mais terrível disso tudo é que muitas dessas coisas são promovidas justamente por aqueles que deveriam rejeitá-las, obedecendo às ordens do Mestre.

É um contexto complicado esse nosso, não é mesmo? Mas não é um contexto tão diferente assim do que viveram os discípulos de Jesus Cristo cerca de mais de 2000 anos atrás. E nessa época, por ocasião do sermão do monte, quando se assentou para ensinar seus discípulos, Jesus disse algo surpreendente a eles: “Bem-aventurados os pacificadores, porque serão chamados filhos de Deus.” (Mt 5. 9).

O que é surpreendente nas palavras de Jesus é que ele quebra os paradigmas daquilo que é instintivo a nós: revidar violência com mais violência. Aqueles que quisessem ser discípulos de Jesus deveriam diferentes!
A palavra “pacificador” nos originais em grego é “eirenopoios” e nos remete a uma pessoa pacífica, que ama a paz e trabalha para construí-la. Jesus estava chamando seus discípulos a, primeiro, amar a paz; segundo, a promovê-la mesmo num contexto em que ela não é amada. Um desafio, certamente, de muito trabalho!
Mas a profundidade do ensino de Cristo não termina por aqui.
Os pacificadores serão pessoas felizes (bem-aventurados). Sabemos que essa felicidade não é aquela passageira como um sorriso provocado por algo engraçado, mas aquela duradoura que vem de Deus, que vem da fonte suprema e transbordante e que não nos pode ser roubada nem pela violência do mundo e nem pelas decepções. Vemos essa felicidade expressada, por exemplo, por Paulo e Silas, quando cantavam louvores, mesmo depois de terem sido duramente castigados e presos por pregarem sobre Jesus (At 16.25). Não os vemos reclamando ou provocando mais violência, mas louvando. Que exemplo de servos de Deus promovendo a paz!
Jesus diz que os pacificadores serão chamados filhos de Deus. Por quê? Vemos aqui algo tremendo. Deus será identificado como Pai daqueles que promovem a verdadeira paz. Eles não precisarão nem falar que são filhos de Deus, as pessoas verão! Essa é uma grande e poderosa pregação do evangelho! Quando somos promotores da paz onde quer que estejamos, somos identificados como sendo de Deus, glorificamos o Pai, que também age através de nós com o poder da promoção da paz na vida das pessoas.
É justamente assim que Deus espera que seus discípulos ajam. Seja em suas casas, nos lugares que frequentam, nas ruas, na igreja.
Se você é um filho de Deus, necessariamente você não deve ser um destruidor da paz!